quinta-feira, 18 de março de 2010

São José - Esposo da Bem-aventurada Virgem Maria

stjoseph São escassos os textos bíblicos relativos a José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus.
É Mateus que põe particular atenção à figura do esposo de Maria e nos brinda com um belo retrato de José. De fato, o evangelista descreve como José, desde o primeiro instante, diante da inesperada gravidez de sua futura esposa, preferiu deixar a cena de uma história maior que ele, sem oprimir com sua presença aquela jovem mulher que ele amava profundamente e aquela misteriosa criança que ela esperava. “José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo” (Mt 1,19).
Sendo todavia, homem justo – porque disponível para cumprir alegremente e fielmente a vontade divina – logo depois, obediente à Palavra de Deus entrega a própria vida a um projeto que o supera, com a aceitação da ordem de tomar Maria consigo. Essa é a justiça de José, não apenas aquela que deriva da observância escrupulosa dos mandamentos, mas a justiça que é busca integral da vontade de Deus, acolhida com plena obediência.
Através desta obediência começa para José uma vida nova, com perspectivas inimagináveis, e com a descoberta de um sentido mais profundo do seu ser esposo e pai. Permanecerá assim junto a sua mulher qual esposo fiel, e àquela criança qual figura paterna positiva e responsável.
Destas reflexões emergem indicações importantes sobre o papel do esposo e pai cristão.
Já a Conferência de Aparecida manifesta também a preocupação eclesial com a figura do homem e pai de família no contexto atual: “o homem, pela sua especificidade, é chamado pelo Deus da vida a ocupar lugar original e necessário na construção da sociedade, na geração da cultura e na realização da história. Profundamente motivados pela bela realidade do amor que tem sua fonte em Jesus Cristo, o homem se sente fortemente convidado a formar uma família. Aí, na essencial disposição de reciprocidade e complementaridade, vivem e valorizam, para a plenitude de sua vida, a ativa e insubstituível riqueza da contribuição da mulher, que lhes permite reconhecer mais nitidamente sua própria identidade” (n.459).
Mas também reconhece que muitos homens “se mantém à margem da Igreja e do compromisso que nela são chamados a realizar. Desse modo, vão se afastando de Jesus Cristo, da vida plena que tanto desejam e procuram” (n.461).
Há de se concordar que nossa pastoral convencional se sente questionada diante desta realidade. Precisamos, de nossa parte, assumir o novo de Aparecida para ajudar esposos e pais a concretizarem a vocação para a qual são chamados.
Uma leitura orante dos passos de São José poderia ser enriquecedor neste sentido.
Pe. Onildo
(texto publicado no Jornal Maringá Missão)

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