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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Big Brother Brasil
Tomo a liberdade de publicar um texto do Padre Luiz Antônio Bento, assessor nacional da Comissão Vida e Família da CNBB e padre da arquidiocese de Maringá-PR.
O jornalista Luiz Fernando Veríssimo assim começa uma de suas crônicas sobre o “BBB”: “Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...”
De fato, o BBB conseguiu chegar ao nível mais baixo do que se poderia imaginar, isto é, popularizar o relativismo, o individualismo, o utilitarismo, o “vale tudo”. O BBB valoriza a superficialidade, o mau gosto, manipula telespectadores como meras cifras das quais esperam vantagens.
Nós podemos evitar que lixos como os disseminados pelo BBB entrem em nossas casas e poluam as nossas famílias. Depende de nós! Devemos nos perguntar seriamente: É isso que queremos para nossas crianças e jovens? Que futuro estamos preparando para as novas gerações? Como acompanhar seus processos pessoais? Como educá-los? Com que pedagogia? Como orientá-los para viver com dignidade e em plenitude?
Os meios de comunicação social investem grande parte de seu tempo e dinheiro para entreter a sociedade e não dá às pessoas uma resposta adequada das suas profundas perguntas, ao contrário, aumenta a sua ansiedade por não encontrar ali o autêntico sentido da vida. Não apenas invadem o âmbito familiar, mas também interrompe a transmissão de valores, “os meios de comunicação invadiram todos os espaços e todas as conversas, introduzindo-se também na intimidade do lar” (Documento de Aparecida, n. 39).
A responsabilidade dos meios de comunicação social é oferecer às pessoas o acesso à literatura, ao teatro, à música e às artes, promover o desenvolvimento no que diz respeito à ciência, à sabedoria e à beleza, informações úteis que possibilitem que as famílias se reúnam, ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas cotidianos, animar os doentes, idosos, pessoas inválidas, aliviar as fadigas da vida, transmitir valores às novas gerações.
Os meios de comunicação social não podem ser usados para prejudicar o bem integral das pessoas como tem prestado descaradamente o BBB. O BBB é um programa típico que intenta atrair as pessoas para a perversão, destrói valores já consagrados ao longo dos séculos, fomenta a hostilidade e o conflito. O BBB apresenta a mentira numa luz fascinante, como se fosse verdade e a verdade como se fosse mentira; promove a banalização, difunde informações desinformadas, promove a rivalidade desleal e prepara o campo para o conflito.
Cabe à comunidade política, aos Poderes constituídos legitimamente, o dever de proteger a família, garantir-lhe a segurança, sobretudo em relação aos perigos da pornografia exacerbada como as que são propagadas pelo BBB. Por outro lado, é fundamental que o pai e a mãe intensifiquem um firme propósito de diálogo com seus filhos.
O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, em Ética nas Comunicações Sociais, enfatiza que os mass media influem vigorosamente os modelos populares e, assim, têm o grave dever de elevá-los, não de degradá-los. Portanto, a comunicação deve ser sincera, dado que a verdade é essencial para a liberdade individual e para a autêntica comunidade entre as pessoas.
Da mesma forma que inicio, concluo com as palavras do mesmo jornalista: “Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade”.
Pe. Luiz Antonio Bento
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