segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Liturgia Diária - reflexão - Terça-feira


"Quem crer e for batizado será salvo".
Este trecho do Evangelho de Marcos lido nesta festa da conversão de São Paulo não deixa de ser intrigante.
Após enviar os discipulos em missão Jesus aponta para as consequências desta missão.
Ao enviado cabe anunciar, ao que recebe cabe acolher.
O batismo é uma consequência da adesão a Jesus.
Hoje nos damos conta que, embora batizados, muitos não aderiram ao projeto de Jesus.
Estamos tentando consertar este equívoco, mas sem a acolhida de cada um isso não será possível.
Cada vez mais somos um agrupamento de batizados que não creem. Que contradição!
E não basta dizer "eu acredito". Jesus disse que alguns sinais acompanhariam os que acreditassem no anúncio. Portanto, quem cre dá testemunho através de uma vida coerente com a fé que possui.
Ele falou: "nem só quem diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos céus. Mas aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está no céu."
Eis aí a resposta.
Paulo foi alguém que recebeu o anúncio. Acreditou. Deu testemunho até a entrega da própria vida em nome de sua fé.
O que estamos dispostos a entregar pela nossa fé em Jesus e seu Reino?

Liturgia Diária - reflexão - segunda-feira

É demais para os fariseus pensar que aquele homem do povão pudesse fazer coisas que só caberiam ao Messias. Daí sua incredulidade. Esse pessismo os leva a negar o que os sentidos mostram. Então era necessário arrumar uma desculpa, racionalizar: "ele faz essas coisas em nome do príncipe dos demônios."
Não é difícil para Jesus derrubar essa argumentação. E o faz com verdadeira maestria e lógica.
Quando não queremos acreditar na possibilidade de algo, geralmente fazemos a mesma coisa que os fariseus: usamos a negação. "esse mundo nunca será melhor!"; "as pessoas nunca mudarão!"; "o povo é ignorante mesmo!"; "pra que rezar se Deus não me ouve?"; e assim por dinate.
Ao fazermos isso nos esquecemos que todo processo de mudança em nós, nos outros ou na humanidade começa justamente... em nós!
Se não acreditamos, como poderemos?
Se um atleta não acreditar na possibilidade de vitória nem começará a treinar.
Se o músico não acreditar que conseguirá dominar o instrumento, desistirá da idéia antes de começar.
Assim também, nossas ações. O bem que desejamos para o mundo devemos começar a praticá-lo nós mesmos. É assim que as coisas começam a mudar. Começando por nós.
Se os fariseus tivessem acolhido melhor a proposta de Jesus, se tivessem deixado os preconceitos de lado, perceberiam o quanto o Messias estava próximo deles. Enfim, perderam a oportunidade.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Liturgia Diária - reflexão - Sábado

Não foi a primeira nem seria a última vez que chamariam Jesus de louco.
Seus familiares não conseguiam acolher o jeito diferente que Jesus tinha para falar de Deus.
Estavam habituados com a rotina. Não que por isso estivessem longe de Deus. Mas tão acostumados ao mesmo que a novidade que Jesus apresentava lhes escapava à compreensão.
Conta uma história que um homem foi internado em uma clínica de loucos mesmo não o sendo.
No horário de tomar sol todos se dirigiam ao pátio e ficavam circulando em volta de um mastro colocado no centro. Este último, vendo que todos giravam na mesma direção resolveu girar na direção contrária para mostrar que era o único que ainda possuía o uso da razão. Os outros, vendo aquilo, logo exclamaram: "Vejam aquele louco! É o único que gira na direção contrária!"
Em um mundo de tantas novidades e mudanças globalizadas girar na direção contrária pode ser sinal de loucura. Ainda mais se for por causa de Jesus Cristo e seu Evangelho.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Liturgia Diária - reflexão - Sexta-feira

"Jesus subiu a montanha e chamou os que ele quis; e foram a ele." Mc 3,12.
Jesus continua chamando todos a si. Pois foi para isso que Ele foi enviado: para reunir em si todos os povos.
Isso quer dizer que cada um de nós foi escolhido por Ele que nos chama para também estarmos com Ele.
Jesus faz sua parte. Porém espera nossa resposta. Marcos diz que os que Ele chamou foram a Ele.
Ou seja, decidiram-se por Ele. Decidiram estar com Ele porque foram chamados para isso.
Mas essa é a primeira parte da história. O relato continua e diz que depois Jesus envia aqueles que chamou. Nós fazemos o encontro com Jesus para sabermos dele qual é nossa missão. Somos discípulos-missionários.
Fortalecemo-nos no encontro com Ele para irmos em missão falando dele.
Portanto, o encontro com o Cristo Ressuscitado não é um encontro que nos leva a alienação, a acomodação, a querermos construir tendas porque é bom estar ali. É preciso descer a montanha e testemunhar a força do ressuscitado lá onde estão os outros.

Liturgia Diária - reflexão - Quinta Feira

As pessoas procuravam Jesus porque "ouviram dizer quanta coisa ele fazia".
É comum que uma boa publicidade nos atraia.
Quando por exemplo, precisamos de um médico, geralmente pedimos referências para alguém que já tenha sido consultado por ele. Se as coisas que disserem forem boas nos sentimos mais seguros em ir até esse médico. Mas não basta isso para que ele passe a ser considerado bom também por nós.
É preciso que a nossa experiência com ele tenha sido boa, ou seja, que também tenhamos nos sentido bem atendidos.
Assim acontecia com Jesus. Além de ouvirem falar Dele as pessoas queriam experimentar o encontro com Ele e sentirem-se transformadas a partir deste encontro.
Muitas pessoas hoje continuam a ouvir falar das grandes coisas que Jesus realizou e continua realizando.
Mas uma verdadeira experiência com Ele depende também da nossa iniciativa em procurá-lo.
Não basta ouvir falar dele. É preciso fazer uma experiência de encontro pessoal com Ele para experimentar as grandes coisas que Ele pode realizar também em nossas vidas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Liturgia Diária - reflexão -Quarta-feira


"É permitido fazer o bem ou fazer o mal em dia de sábado?"
Esta pergunta inquientante de Jesus aos fariseus na sinagoga diante da possibilidade de curar um doente continua muito atual.
Quantas vezes nos esquivamos de fazer o bem, praticar a justiça, viver o amor tomando como motivação as mais variadas e descabidas desculpas.
Assim como os fariseus do Evangelho que estavam cegos por uma prática superficial da lei nós nos deixamos cegar por uma onda de consumismo, ambição desmedida e hedonismo que nos impedem de ver as necessidades alheias.
É verdade que nos sentimos comovidos e solidários nestes dias com as pessoas que sofrem as consequências das enchentes ou da seca.
Mas a caridade, a bondade, a justiça, devemos vivê-las todos os dias mesmo quando não nos pedem. Esses valores são vividos na gratuidade.
Precisaremos agora de leis para nos obrigar a viver o amor? Jesus já as deixou para nós faz dois mil anos: "Amem-se como eu amei vocês!"

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Liturgia Diária - reflexão

Mais uma vez nossa reflexão gira em torno da vivência da Lei.
O sábado era para o judeu uma instituição divina. Portanto, sagrada.
Ninguém poderia deixar de respeitar as normas em relação a essa instituição.
Ora, a atitude de Jesus não poderia ser diferente daquela que encontramos no Evangelho de hoje. O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Mais uma vez Jesus confirma sua prática: a pessoa em primeiro lugar e depois a lei. Mesmo que esta Lei seja a lei religiosa  vivida e ensinada desde muitas gerações.
Mas atenção: Jesus muitas vezes foi à sinagoga em dia de sábado. Isto quer dizer que ele sabia do valor do sábado dentro de sua cultura. Não era um deixar pra lá por nada ou por conveniência pessoal.
Por a Lei em segundo plano sempre estava em vista de fazer valer a diginidade humana.
Deveríamos nos perguntar: como vivemos as orientações que recebemos das instituições que participamos? Procuramos ver o valor que elas apontam ou as vivemos segundo nossas conveniências?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Liturgia Diária - reflexão

Diante da atitude livre de Jesus em relação à lei, muitos entram em conflito com ele.
Jesus não desprezava os costumes de seu povo. Ao contrário. Afirmou que tudo o que a Lei continha deveria servir para  aproximar o homem de Deus e os homens entre si. A questão é que aos poucos o valor da Lei e o valor da pessoa mudaram suas posições. Sempre que uma lei ocupa um lugar mais importante que o valor e dignidade de uma pessoa alguma coisa está errada. E foi isso que Jesus aprendeu e ensinou.
Por isso, naquele momento, não havia importância se seus discípulos jejuavam ou não. Chegaria o tempo que eles compreenderiam o valor da Lei em suas vidas. Chegaria o tempo em que eles aprenderiam o valor da dignidade humana em suas vidas. E se fosse preciso abrir mão de suas próprias para mostrar o valor da vida dos outros, o fariam.
Jesus nos ensina hoje que tudo o que põe em primeiro lugar a pessoa e sua dignidade merece ser seguido. E se não leva a essa mudança, no mínimo, merece ser revisto.