Há muito tempo, o eleitor vem
fazendo o papel de bobo. Não só aqui. Políticos são iguais em toda parte. Só
que alguns países têm nível de cidadania mais elevado e conseguem melhorar a
qualidade dos eleitos.
Está em sua mão decidir quem vai ocupar os cargos. O problema é que você
é um só, ao lado de milhares com o mesmo poder. Como agir? Fazer a melhor escolha e esforçar-se para que outros também a façam. Está em jogo a sorte de todos. Ou nos beneficiamos todos ou
vamos todos para o mesmo buraco. Não se pode brincar. Se há políticos
desonestos é porque existem eleitores babacas. Alguns pontos a considerar:
• Não se deixe engambelar.
Candidato que nunca olhou para você agora vem com tapinha nas costas, interesse
pela sua opinião, amizade que nunca mostrou. Isso é para enganar trouxa. Você
decide se quer ser trouxa.
• Se o candidato pleiteia reeleição, veja como foi seu mandato anterior.
Não confie na propaganda. Acha que ele iria dizer: “Não votem mais em mim, já
enganei vocês; quero continuar me aproveitando de sua ignorância”?
• Procure descobrir quem está por
trás da candidatura. Quem vai lucrar com a eleição desse candidato. Se ele está ligado a grupo econômico, a
organizações fortes, a gente poderosa etc.
• Veja o seu passado familiar, profissional e político. Que posições ele tem tomado, especialmente em questões que
afetam muita gente (educação, saúde, moradia, desemprego,
previdência social etc.). Quem nunca se importou com isso não será agora que vai
começar.
• Considere o nível de escolaridade do candidato. Ele terá que tratar de problemas extremamente complexos. Não basta ter boa vontade. Ainda que bonzinhos, os ignorantes
são sempre manobrados pelos mais espertos.
• Analise o custo da campanha. Candidato que gasta somas fabulosas não
merece confiança. Como vai recuperar o que gastou? Você acha que ele quer se
eleger para jogar dinheiro fora?
• Não vote porque é obrigatório votar. Mais que obrigação, voto é um direito.
É um jeito de você ser levado a sério, de dizer o que pensa. Não vote em branco
nem anule o voto. Alguém vai ser eleito. Seu voto pode fazer falta para um
candidato digno. Não use o voto para protesto, gozação ou desabafo. Se nem você se respeita, por que alguém deve respeitá-lo? Quem faz isso prova que
sua opinião não vale nada.
• Não veja eleição como chance de vantagem pessoal. Pense na comunidade,
não só em você. O favor que lhe dão como esmola (emprego, internamento
hospitalar, cadeira de rodas, material de construção, óculos, jogo de camisas
de futebol, botina...) é comprado com dinheiro de todos.
O candidato não o paga do próprio bolso. Aceitando, você confessa que também é
desonesto, que também se aproveita dos outros. Então, não tem moral para exigir
honestidade dos políticos.
• Não vote apenas por amizade. Amigo não pode fechar os olhos às
limitações do outro. Quem não é competente ou confiável não pode ser eleito.
Seria um desastre para a população e uma mentira para o eleito. Você estaria
enganando seu amigo, fazendo-o crer que é dono de uma capacidade que não tem.
• Verdade que nem sempre se diz: cristão tem o dever de participar da política. Votar é uma forma de participação. É dever de consciência, isto é, obriga diante de Deus. Trai a fé quem negligencia esse dever ou, no seu exercício, despreza o
bem comum.
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